segunda-feira, 22 de março de 2010

Na ponta da língua



A língua define o mapa,
traça linhas, tece fios,
entre dentes desafia os
que querem amordaçá-la.
Rebela-se solta o verbo,
dá com a língua nos dentes,
rompe barreiras, renova-se,
une povos, continentes.

Lourdinha Leite Barbosa

domingo, 14 de março de 2010

Encantadores de palavras


As palavras irrompem de repente,
saltam sobre o espaço em branco,
salpicando-o de ocultos sentidos
Olhos sôfregos tentam,
inutilmente, desvendá-los.

Inefáveis, elas se esgueiram e
aos encantadores se oferecem simplesmente.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Louvação à Bitoca, Beatriz


Beatriz versátil e múltipla,
de todas as artes amante, de várias línguas falante
Beatriz de tantas amigas, amigas de todas as cores.
Beatriz de grandes amores, dos Laurinhos,
o Júnior e o Neto que é filho,
do Pedro que é pedra e da Beatriz que é Bia.
E o que dizer da Sassá, que adora saçaricar,
e da bela Isabela? São desdobramentos dela.
Beatriz das invenções! Se a mesmice a incomoda,
ela volta a ser menina, inventa um faz de conta,
pinta o sete, faz ciranda, caminha na corda bamba,
tenta apanhar uma estrela, pois o sonho e a brincadeira fazem bem ao coração.
Beatriz itinerante, viageira, viajante. Segurem-na, por favor!
Senão ela pega o voo e nos deixa a ver navios.
E o que faremos sem ela?
Fechem portas e janelas. Bitoca! Ei, Beatriz!
Dessa vez foi por um triz...