segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Emendando o tempo




                           Lourdinha Leite Barbosa

A agulha do tempo costura a bainha dos dias
perdidos nas verdes veredas da inocência.
Tempo das primaveras, esgarçadas quimeras

debruçadas nas carcomidas cercas.

Das chuvas que lavam o alpendre e as dores apascentam.

Risos e vozes infantis ainda ressoam
entre paredes inexistentes.

A figura do meu pai esfuma-se na curva do caminho e
retorna a galope no vento.

Eterno é o tempo.

Os sonhos perdidos são molambos

pendurados nos varais da mente.

Da juventude o calor, do interdito o medo.
Água represada na nascente.

Um comentário:

Sinval Santos da Silveira disse...

Os sonho são mulambos da noite...adorei..
Parabens
Abrços
Sinval